25 de agosto de 2011

6º Preceito - VOCÊ EXISTE NA AUSÊNCIA DO EGO




“Você existe na ausência do ego”

Não existe o “eu em prol de si mesmo”

 Consta no dicionário que “ego” é o eu de qualquer pessoa, mas na PL o termo “ego” refere-se ao “eu em prol de si mesmo” ou “o eu que não se baseia em Deus”.
Em poucas palavras, este preceito significa que, ao se conscientizar de que não existe o “eu em prol de si mesmo”, surge o verdadeiro “EU”.
O Segundo Fundador usava muito a expressão: “ausência do ego”. Significa que “não existe o EU separado de Deus (a força originária da grande natureza)”. Em outras palavras, não existe ninguém que possa, de verdade, dizer: “com a minha própria força...”
Entretanto, você pode dizer que, na realidade, o seu eu existe aqui e agora, mas o que existe é o EU baseado em Deus, o EU peculiar criado por Deus. Aquele eu distante de Deus, o eu apegado às emoções e aos interesses egoísticos, que menospreza a característica peculiar de cada pessoa (sabor próprio), não é o verdadeiro “EU”.
Se pesquisamos a fundo e observamos bem o ser humano, cada um, sem exceção, possui algo de maravilhoso. Desde o passado remoto até o presente e também no futuro, “você” é único, não existe nem existirá outro ser igual. “Sua existência é sublime, mas você ainda não encontrou esse seu EU sublime” é o que podemos dizer sobre a situação em que se encontram as pessoas da sociedade de modo geral.
Isto é, não é exagero dizer que as pessoas ainda não conhecem o “EU” verdadeiro delas mesmas.
A criança que era pura, imaculada, durante o seu desenvolvimento vai sofrendo diversas influências do meio (ambiente familiar, atitude de vida dos pais e seu modo de educar os filhos, desvios ocorridos em ambiente escolar, tendências de cada época) e, aos poucos, vai assimilando vários tipos de hábitos espirituais como os de zanga, de preocupação, de teimosia, de apego ao dinheiro e aos objetos, de apego à posição. Esse é um quadro que ocorre com a maioria das pessoas dos dias de hoje. Se o indivíduo viver dando continuidade a esses hábitos espirituais, sendo levado pela emoção, ele acaba não sabendo mais o que é o seu EU.
A expressão característica, sabor próprio que o EU do ser humano possui, só se manifesta, só aparece, no ato de a pessoa se externar, isto é, dar forma à imagem que ela tem em mente. E, na verdade, o ato vai se tornar algo elevado e completo somente quando é realizado baseando-se em Deus. No “estado espiritual de ausência do ego”, é que, pela primeira vez, se consegue expressar plenamente o EU em sua totalidade neste mundo.

Em outras palavras, quando a pessoa expressa constantemente o seu EU fundamentado em Deus, realizando o que deseja, é que, pela primeira vez, em um sentido verdadeiro, consegue “auto-expressar sem ego”.
Na sociedade, existem pessoas que, mesmo sem saber, alcançaram o estado espiritual desse preceito: “Você existe na ausência do ego”. Vemos isso ocorrer, de vez em quando, em pessoas consideradas peritas, “experts” em algum ramo. Um desses exemplos é o perito em manejar bonecos de Bunraku (teatro tradicional japonês de bonecos) que recebeu a condecoração de personalidade do tesouro nacional. Seu treinamento intenso e rigoroso chega a causar calafrios; mas ele, sentindo-se ainda imperfeito, possui uma enorme vontade, um enorme entusiasmo de querer se aprofundar mais e mais nessa arte; assim, nas inúmeras apresentações ao público, ele e o boneco que maneja se fundem verdadeiramente num só ser. Surge, aí, a emoção que toca o coração das pessoas que o assistem. Embora seja um trabalho em âmbito limitado por se tratar de uma arte tradicional, não existe o EU vaidoso de querer se gabar como quem diz: “Vejam só!”; ao contrário, existe aí a postura de um ser humano que interpreta o resultado do treinamento, com sentimento de oração a Deus.


O sabor verdadeiro da pessoa

A atitude de se mostrar elegante sem ser elegante de verdade, isto é, a postura de “tentar parecer algo que deseja ser, mas não é na realidade”, não é muito agradável em quaisquer circunstâncias. Nas representações de um ator, por exemplo, se ele atuar pensando demais na reação do espectador, acabará causando má impressão. Na dança ou na música, há apresentações em que se percebe nitidamente a vontade dos dançarinos ou dos músicos de querer se exibir ou se gabar, o que também não causa, de forma alguma, boa impressão. No final das contas, o estado espiritual de não se apegar nem se afastar é que faz surgir o verdadeiro sabor da pessoa. E é onde podemos dizer que está a atitude de “livre do Ego”.
Este estado espiritual não é algo que se obtenha planejando fazer isso ou aquilo, pois é algo que é concedido por Deus.
O Eu é a manifestação de Deus que possui um caráter evolutivo ilimitado e, falando de modo direto, o próprio ser humano desconhece a força que possui. Quando você se expressar constante e firmemente baseando-se em Deus, é que surgirá a sua verdadeira auto-expressão. E a vida vai se ampliar mais ainda, aumentando aquela sensação de felicidade que é própria do ser humano.

Fonte: Revista PL No.154
Fonte: http://www.perfectliberty.org.br

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